São armas de calibre pesado, superiores a AKM que é usada pelas Forças de Defesa e Segurança em Moçambique
Dos quatro cidadãos detidos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), dois são sul-africanos, sendo um motorista do veículo em que as armas pesadas eram transportadas e a sua companheira.
Os outros dois são moçambicanos sendo, um de 58 anos de idade que é representante de uma empresa de segurança privada e o outro, de 35 anos, que é o despachante aduaneiro, que opera no “Quilómetro 4”, na fronteira de Ressano Garcia, que separa Moçambique da vizinha África do Sul.
Segundo o representante da empresa, suposta dona das armas, o armamento tinha como destino a província de Cabo Delgado, para serem usadas nos trabalhos de uma outra empresa com a qual celebrou um contrato de segurança.
Falando sobre como ocorreu a detenção, o representante da empresa disse que pode ter havido má interpretação da lei, porque segundo ele, a documentação está conforme e a declaração de permissão foi concedida/assinada pela entidade competente. Acrescentou, ainda, que todos os direitos aduaneiros foram pagos.
A suposta empresa de segurança privada, segundo o representante ora detido, já está a operar no país há 11 anos e sempre comprou armas, mas as compras eram feitas em Maputo, nas empresas licenciadas para o efeito.
Por seu turno, o despachante aduaneiro que, há 7 anos trabalha na empresa, refere que foi a primeira vez que a empresa fazia despacho de armamento e reconhece que a falta de experiência fê-los cair em maus lençóis, mas que todo o processo de desembaraço correu sem sobressaltos, até caírem nas mãos do SERNIC.
O SERNIC ao nível da província de Maputo esclareceu que os documentos apresentados não condiziam com a realidade e a permissão do processo de transporte daquele tipo de mercadoria é da exclusiva competência do Ministério da Defesa Nacional e, havendo desconfianças, a carga foi apreendida para aprofundar as investigações sobre a sua legalidade.
A prisão dos suspeitos envolvidos no caso foi legalizada esta quinta-feira (18), enquanto decorre o apuramento sobre as armas em causa, sendo que o SERNIC avança ser a primeira vez que aborta um esquema do género.
