Chuva deixa Maputo de rastos

Chuva deixa Maputo de rastos

Calamidade. É assim como os munícipes de Maputo, Matola, Boane descrevem o cenário que se vive desde ontem, devido às chuvas torrenciais. Não há memórias recentes de efeitos nefastos como os que se vivem actualmente. Do centro da cidade até aos bairros do interior, o cenário que se vive é já de desastre.

No centro da cidade de Maputo, equipas de repórteres da Miramar, constatam vias inundadas, fraca disponibilidade de transporte público e atrasos aos locais de trabalho, até mesmo escola. No interior dos bairros, há relatos de mortes por afogamento e electrocussão. A erosão separa ruas, enquanto em outros bairros as inundações tornam a circulação impossível. Há famílias já sitiadas.

Matola, bairros como Nkobe, Ndlavela, Liberdade os moradores estão sem forças para travar a força das águas. Nesta autarquia houve colisão entre comboio e transporte semi-colectivo de passageiros. A fraca visibilidade provocada pela chuva é também apontada como provável causa.

Boane, aqui talvez seja o ponto mais crítico. Estrada que estabelece a ligação entre Matola-Rio e Vila de Boane, cortada. A ligação entre estes dois pontos é feita por um pedaço de estrada que ainda se mantém. A qualquer momento é capaz de ceder. A polícia está desde a noite de ontem a regular o trânsito. No local, nossa equipa apurou que há viaturas que permaneceram imobilizadas durante mais de quatro horas.

O rio Umbeluzi, também já está farto. Saturado de água da chuva que cai a montante (África do Sul e Eswatini) e no território nacional. O rio está a transbordar e as embarcações voltam a ser activadas. Os camiões encontrados no meio da estrada, tiveram que parar. Há risco de caírem com mercadorias. Por falar de viaturas, outras foram quase engolidas. Não há relatos de vítimas, mas há quem já fala de cheias.

Equipas da Miramar estão no terreno a trabalhar para trazer várias informações sobre as intensas chuvas.