Governo dos EUA cogita restringir entrada de viajantes procedentes da China por Covid

Pessoas com Covid-19 são tratadas em hospital na cidade de Tianjin, na China, nesta terça (27) NOEL CELIS/AFP - 28.12.2022

País asiático suspendeu o combate rígido ao vírus e as infecções dispararam em várias regiões

O governo dos Estados Unidos está examinando a possibilidade de impor restrições aos viajantes procedentes da China, afirmaram na terça-feira (27) fontes da administração, depois que Pequim flexibilizou as severas medidas anti-Covid.

As infecções dispararam na China à medida que os principais pilares de sua rígida política de saúde foram suspensos, o que levou o governo americano a expressar preocupação com a possibilidade de surgimento de novas variantes.

“A comunidade internacional está cada vez mais preocupada com os contínuos surtos de Covid-19 na China e a falta de dados transparentes, incluindo os dados de sequências genômicas virais, reportados pela China”, afirmou uma fonte do governo.

As autoridades de Pequim admitiram que é “impossível” rastrear a origem do atual surto e acabaram com a divulgação do polêmico balanço diário de casos da doença. O governo chinês também modificou os critérios para contabilizar as mortes vinculadas à pandemia.

Mas é a falta de dados genômicos que provoca muitas preocupações em outros países, o que torna “cada vez mais difícil para as autoridades de saúde pública garantir que podem identificar potenciais novas variantes e adotar medidas rápidas para reduzir sua propagação”, destacaram as autoridades americanas.

O governo dos Estados Unidos “segue os dados científicos e os conselhos de especialistas em saúde pública, consulta os aliados e considera adotar medidas similares” às de países como Japão e Malásia, que anunciaram ações de saúde pública para enfrentar a propagação da Covid procedente da China.

A flexibilização das medidas por Pequim acaba com a estratégia “Covid zero”, que incluía testes em larga escala, confinamentos e longas quarentenas. A política afetou as cadeias de abastecimento e atingiu de maneira expressiva a segunda maior economia do mundo.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou na terça-feira que os países devem manter controles “científicos e adequados” das doenças, que não devem afetar os deslocamentos normais das pessoas.