Costa do marfim reage à prisão de soldados no Mali

O governo da Costa do Marfim negou que 49 soldados que foram presos no aeroporto internacional do Mali quatro dias antes representassem uma ameaça ao país.
africom.mil

O governo da Costa do Marfim negou que 49 soldados que foram presos no aeroporto internacional do Mali quatro dias antes representassem uma ameaça ao país.

“No Mali, aqueles que estão no poder hoje são soldados, alguns dos quais são forças especiais”, disse Amadou Coulibaly, o Ministro das Comunicações da Costa do Marfim, após uma reunião semanal do gabinete. “Eles sabem como derrubar um regime – não é feito por turistas que chegam ao aeroporto.”

Na terça-feira, autoridades em Abidjan pediram ao Mali que liberte imediatamente os soldados que foram presos no domingo no aeroporto internacional de Bamako, refutando as acusações de que eram mercenários.

O porta-voz do governo do Mali, coronel Abdoulaye Maiga, disse na segunda-feira que duas aeronaves chegaram no domingo ao aeroporto internacional do Mali com os 49 soldados “com suas armas e munições de guerra, bem como outros equipamentos militares”.

Eles “estavam ilegalmente no território nacional do Mali”, e o governo de transição os considera mercenários, acrescentou.

Os soldados estão a trabalhar para os Serviços de Aviação do Sahel, uma empresa privada contratada pela ONU, de acordo com as declarações de ambos os governos.

O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, disse que o contingente não faz parte formal da missão de paz da ONU no Mali.

No entanto, disse, “são Elementos de Apoio Nacional que são destacados bilateralmente pelos Países Contribuintes de Tropas em apoio aos seus contingentes, e essa é uma prática comum em missões de paz”.O governo do Mali disse que pretende pôr fim à actividade de proteção dos Serviços de Aviação do Sahel por forças estrangeiras e exigir sua saída do território maliano, disse o porta-voz do governo.

O Mali enfrentou tensões recentes com a comunidade internacional e as Nações Unidas. O governo de transição do Mali afirmou em junho que não autorizaria a missão da ONU a investigar violações de direitos humanos em curso no Mali, incluindo um incidente em uma pequena vila no centro do Mali, onde o exército maliano é acusado por grupos de direitos humanos de matar mais de 300 civis em abril.

A França também anunciou a retirada de suas forças mobilizadas há quase uma década para ajudar a combater rebeldes extremistas.