Filho de Osama bin Laden conta que pai usou seus cachorros para testar armas químicas

Omar bin Laden e seu pai, Osama bin Laden REPRODUÇÃO/THE SUN

Omar desenvolveu estresse pós-traumático depois dos atentados praticados pela Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001

Omar bin Laden, de 41 anos, filho de Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda morto em 2011, revelou ser “vítima” do grupo devido aos traumas causados ao vivenciar práticas terroristas.

Segundo ele, o pai usava seus cachorros para testar armas químicas e o ensinou a atirar com um rifle AK-47 quando era criança. As declarações foram dadas em uma entrevista concedida ao tabloide britânico The Sun.

“Eu apenas tento esquecer todos os momentos ruins o máximo que posso. É muito difícil. Sofro o tempo todo”, contou Omar, que rompeu relações com o pai antes dos atentados contra o World Trade Center, nos EUA, em 11 de setembro de 2001.

Atualmente, o filho de Osama bin Laden pinta quadros que vende por até 8.500 libras (R$ 36,5 mil), atividade que ele considera terapêutica e que o ajuda a lidar com os traumas que viveu.

Ele e a esposa, Zaina, britânica de 67 anos, vivem na Normandia, no norte da França, mas estão passando uma temporada no Qatar.

O casal assistiu à última partida da seleção do país-sede da Copa do Mundo contra a Holanda, na terça-feira, durante a última partida da fase de grupos. Omar revelou que o pai também era fã de futebol, mas não confirmou o boato que o líder da Al-Qaeda era torcedor do Arsenal.

Zaina disse à reportagem que seu marido sofre de “traumas muito graves” e ataques de pânico, além de ter desenvolvido estresse pós-traumático depois dos acontecimentos de 11 de setembro, o que o levou a fazer terapia e tomar remédios prescritos.

Omar bin Laden deixou o Afeganistão em abril de 2001, pouco antes do atentado ao World Trade Center, revelou que se despediu do pai e que o líder não gostou da sua decisão de ir embora.

“Meu pai nunca me pediu para entrar na Al-Qaeda, mas ele me disse que eu era o filho escolhido para continuar seu trabalho. Ele ficou desapontado quando disse que não queria aquela vida.”

Omar acredita que foi escolhido pelo pai para ser seu “herdeiro” por ser mais inteligente. “É por isso que estou vivo hoje”, explica.

Após dez anos de silêncio, ele também estava no Qatar quando soube que o pai havia sido morto por fuzileiros americanos e também reconheceu o corpo de seu irmão Khalid em fotos na internet depois da emboscada.

“Achei que estava tudo acabado e que pararia de sofrer, mas me enganei. As pessoas ainda me julgam”, desabafou.

O casal trabalha na reforma de apartamentos em um prédio na Normandia para receber turistas durante as férias e planejam abrir um restaurante.

Dois anos atrás, Omar foi impedido de entrar na Grã-Bretanha, mas atualmente tenta conseguir um visto para realizar o sonho de conhecer a família de Zaina.