Um estudo do Centro de Integridade Publica sobre os custos da guerra em Cabo Delgado revela um aumento um aumento das despesas na defesa e segurança. Os gastos com a defesa totalizaram 106.8 biliões de meticais de 2018 a 2022.
Desde 2017, que a província de Cabo Delgado está na mira dos terroristas, que chegaram a ocupar algumas regiões, causando milhares de deslocados.
Com a intensificação dos ataques, o Estado moçambicano teve de reforçar os gastos com defesa e segurança. Um estudo do Centro de Integridade Pública – CIP quantifica o impacto fiscal da guerra em Cabo Delgado.
“Através de uma análise de quebra estrutural, este estudo identifica um aumento nas despesas com segurança nacional, totalizando um valor estimado de 106,8 biliões de meticais (USD 1,69 biliões) de 2018 a 2022”. Desagregando dos gastos, o CIP revela “aumentos particularmente elevados” nas despesas com a defesa (43,6 biliões de MZN) e com a segurança e ordem pública (60,4 biliões de MZN).
“Curiosamente, as alocações para os serviços de informações foram menos directamente afectadas, apesar da escalada da violência e dos ataques terroristas, o que indica a potencial influência de outras considerações políticas relativamente a esta rubrica de despesas”, anota a pesquisa.
Para além das implicações fiscais, o CIP constata que os atrasos devido ao conflito no projecto de gás da Área 1 da Bacia do Rovuma, liderado pela Total, resultam numa perda estimada de 383,4 biliões de meticais (USD 6,06 biliões) em potenciais receitas do governo nas actuais condições de mercado.
“Colectivamente, estas despesas adicionais com segurança nacional relacionadas com o conflito e as receitas perdidas com o projecto de gás totalizam aproximadamente 490,2 biliões de meticais (USD 7,75 biliões)”. A pesquisa do CIP revela, igualmente, os impactos da guerra na educação.
“O aumento do analfabetismo induzido pelo conflito contribui para uma perda estimada de 22,7 biliões de meticais para o PIB regional de Cabo Delgado. As violações dos direitos humanos, incluindo a exploração sexual que afecta particularmente as mulheres, agravam ainda mais a crise”. Acrescenta ainda, que: “apesar de uma ajuda internacional substancial centrada nos esforços militares, a resposta humanitária continua a ser subfinanciada”.
