Aeronave de companhia africana não respondeu aos vários chamados feitos pelo controle de tráfego aéreo. Suspeita é de que tripulantes tenham esquecido de acionar a frequência correta
Um cargueiro Boeing 767-300 da Ethiopian Airlines, registro ET-ALO, foi interceptado por caças gregos sobre o mar Mediterrâneo no último sábado (15) após uma falha no sistema de comunicação.
O Boeing realizava o voo ET-3717 de Liège, na Bélgica, para a capital etíope, Adis Abeba, no nível de altitude FL330, sobre o espaço aéreo da Croácia em contato com o controle de tráfego aéreo de Zagreb.
Ao transferir o rádio para a frequência seguinte, a aeronave perdeu o contato com as estações de controle.
A aeronave continuou ao longo de sua rota planejada via Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Albânia até a Grécia. Nesse meio tempo, os controles de tráfego aéreo dessas regiões tentaram contato com o Ethiopian.
Aeronaves que sobrevoavam a área também tentaram várias chamadas para o Boeing 767, incluindo a frequência da guarda internacional, que foram infrutíferas.
Após um longo tempo sem resposta, o Centro de Atenas finalmente informou que despacharia os caças para interceptar o avião da Ethiopian Airlines.
A interceptação sobre o mar Mediterrâneo — já perto da fronteira com o Egito — se deu mais de uma hora depois que o contato via rádio foi perdido, informa o Aviation Herald.
Assim que as aeronaves de combate interceptaram o Boeing 767, a tripulação etíope “de repente” informou sobre a frequência correta ao controle de Atenas.
Durante o período em que o Ethiopian permaneceu sem resposta, a frequência da guarda internacional recebeu uma série de chamadas com os controles de tráfego aéreo (ATCs) e aeronaves no ar tentando auxiliar na comunicação com o Boeing 767.
A suspeita é que os pilotos tenham esquecido de acionar a frequência de rádio correta.
O incidente será investigado pela Ethiopian Airlines, que esteve envolvida em uma ocorrência incomum há dois meses, quando os pilotos dormiram e o avião passou do aeroporto onde deveria pousar.
Uma das suspeitas levantadas foi uma fadiga extrema entre os tripulantes, que poderiam estar excedendo a carga horária de trabalho recomendada.