Inglaterra e França: o duelo de quartas de final que vai além das quatro linhas

Vale vaga na semi! Inglaterra e França se enfrentam neste sábado (10), pelas as quartas de final da Copa do Mundo no Qatar.

Inglaterra e França entram em campo pelo que promete ser o jogo mais disputado das quartas de final da Copa do Mundo de 2022. Buscando uma vaga nas semifinais, as duas seleções se enfrentam neste sábado (10), às 21h (de Maputo), no estádio Al Bayt, no Qatar.

Porém, os dois países estão longe de serem adversários apenas em campo. Isso porque Inglaterra e França, durante a história, protagonizaram conflitos políticos, econômicos e diplomáticos. O grande exemplo dessa rivalidade entre nações é a chamada Guerra dos Cem Anos, que aconteceu na transição da Idade Média para a Idade Moderna, entre 1337 e 1453.

Para entender como ocorreram os conflitos da Guerra dos Cem Anos, é preciso pensar que, na época, a Europa passava por mudanças. Os campos feudais passavam a ser substituídos pelas cidades e os países começavam a se formar em torno de um monarca, que seria o líder detentor de poder daquele Estado nacional.

Em 1328, morreu o rei Carlos IV, na França, e o trono ficou vago. A Inglaterra quis aproveitar o momento de “fragilidade” do país vizinho para invadir o território francês. O motivo principal era usufruir os benefícios econômicos da região de Flandres, que era muito próspera na área comercial, principalmente pela indústria têxtil.

A guerra aconteceu em quatro períodos. No primeiro momento, os ingleses se deram melhor e conseguiram ocupar uma boa parte do território francês. O segundo período dos conflitos foi reiniciado justamente pela França, que não aceitou o tratado de paz oferecido pelos ingleses.

Dessa vez, os franceses venceram e conseguiram reconquistar alguns territórios dominados pela Inglaterra. Nesse caso, se fosse feita uma comparação com o futebol, o placar do jogo entre Inglaterra e França estaria em 1 a 1. 

Porém, em um contra-ataque da Inglaterra, durante o terceiro período da guerra, os ingleses retomaram o controle da partida. Em uma invasão pela Normandia, as tropas inglesas dominaram o Exército francês e ocuparam Paris.

Inclusive, o rei da França na época, Carlos VI, assinou o Tratado de Troyes, no qual a França reconhecia o domínio inglês sobre o norte. No placar histórico, por enquanto, 2 a 1 para a seleção do rei Henrique V.

Do lado francês, a derrota não estava sendo bem assimilada, e diretamente do “banco de reservas” veio um “jogador” que foi a solução para a França: Joana d’Arc, uma camponesa e revolucionária, liderou o Exército francês e comandou a retomada da França do domínio inglês. 

Enquanto os ingleses tentavam resolver conflitos internos, os franceses se aproveitaram do momento e, aos poucos, recuperaram boa parte do território que estava sob posse inglesa. Apesar da vantagem inglesa durante o conflito, nesse momento, a França tinha voltado para o jogo e estava tudo igual entre as duas “seleções”.

Amuleto da sorte francês, Joana d’Arc acabou presa e julgada pelo Tribunal da Santa Inquisição, que a condenou à morte, em 1431. Essa execução motivou a nação francesa, que conseguiu reconquistar a cidade de Bordeaux, que era a última sob domínio inglês na época.

Assim, acabava a Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França. Placar final: 2 a 2. Ninguém saiu como grande vitorioso da guerra. Basta saber se esse resultado vai se repetir em campo, quase 570 anos depois. 

Quem vencer o confronto encara o Marrocos que venceu Portugal por 1 bola a 0 e garantiu a vaga na semifinais.